
Dias de muita chuva em Belo Horizonte. Essa madrugada, como diria minha mãe, parecia que o mundo vinha abaixo de tanta água que caia. Quando menina, eu achava que São Pedro estava lavando o céu e gostava da chuva miúda pra colocar barquinhos na enxurrada e vê-los descer a rua. Gostava também do arco-íris depois da chuva forte nos dias de sol e aproveitava pra brincar na terra do quintal fazendo chaleiras e panelas de barro. Hoje, apesar de rodeada de asfalto por todos os lados, ainda gosto muito do leve cheiro de terra molhada que às vezes sobe do chão no começo da chuva.
Ontem foi o primeiro dia que saí sozinha de casa. Fui visitar minha prima e, por coincidência, a chuva deixou tudo ainda mais marcante. No taxi, o motorista me contou que foi uma festa o dia em que ele nasceu, porque depois de uma longa seca começou a chover. Ele veio da região do Vale do Rio Doce, interior de Minas, e sua família era tão pobre que os vizinhos tiveram que arranjar alguns trapos para enrolar o recém-nascido. Mas independente da pobreza, até hoje quando vem a chuva sua alma fica alegre. Uma história linda, simples assim...
Nenhum comentário:
Postar um comentário